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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

The Kinks - You Really Got Me (1964)


Na década de 60, os artistas eram contratados por grandes gravadores, salvo muitas exceções, por mérito. Hoje em dia, é tudo na base da "amizade", ou da influência que o artista tem ou pode exercer, ou ainda teria que ter um rostinho que chamasse a atenção das menininhas, carisma e por aí vai. Ou seja, nada que realmente tenha a ver com a música propriamente dita. Quando a RCA contratou assinou com estes londrinos, em 1971, a banda já tinha uma certa estrada longa traçada, e era o fim da fase realmente "barulhenta" da banda, fazendo com que os irmãos Davies tirassem da gaveta suas canções menos furiosas. Mas, aos nossos amigos garageiros que freqüentam este blog, trago-lhes a principal compilação dos trabalhos dessa fase inicial do grupo, com vocais rasgados, batidinhas Mod típicas da época, guitarras bem amplificadas que irrompem num som que influenciou praticamente tudo que foi produzido nas cenas alternativas entre 1964 e 1981, que sem dúvida prenunciou o Punk e (dizem alguns) até mesmo o Heavy Metal (embora o som dos Kinks nada tenha que ver com esse gênero). Era uma música incomum, mesmo obscena para a época, o que fez com que a banda fosse jogada aos mais fétidos recônditos da indústria fonográfica. Este é o disco de estréia da banda, acrescido de muitas faixas extras, de material outrora inédito da banda. Nele consta o terceiro single da banda (e o primeiro mais ou menos conhecido), que hoje em dia é um clássico absoluto do Rock: You Really Got Me, que freqüenta desde rádios Mainstream, até os mais obscuros clubinhos undergrounds do mundo todo. Trata-se de um disco fantástico, que faz com que cantarolemos as músicas horas depois de tê-las ouvido. Fantástico!!!!!!

1.Beautiful Delilah
2.So Mystifying
3.Just Can't Go to Sleep
4.Long Tall Shorty
5.I Took My Baby Home
6.I'm a Lover Not a Fighter
7.You Really Got Me
8.Cadillac
9.Bald Headed Woman
10.Revenge
11.Too Much Monkey Business
12.I've Been Driving on Bald Mountain
13.Stop Your Sobbin'
14.Got Love If You Want It
15.You Still Want Me
16.I Don't Need You Anymore - (previously unreleased)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Cock Sparrer - Live And Loud! (1985)



Freud já afirmara que o nosso subconsciente é muito mais poderoso que as nossas porções racionais e lúcidas. Estas, por sinal, estão inerentemente dependentes da porção insana que há dentro de nós. Creio ser esta a síntese do Punk Rock. Algo absolutamente impulsivo, irracional, explosivo... Se dizem que as forças irracionais destroem tudo, e que elas dependem de um impulso inicialmente de desprezo de nossa razão... este desprezo pela razão poderia muito bem provocado por nossa negligência quanto à vida. Àquela sensação de que nada mais dará certo, quando se está de saco cheio e dizemos “foda-se tudo!” – “eu quero é zoar!” Nada melhor que o furor do Punk Rock para inserir isto em nós! A música agressiva (incluindo o Heavy Metal) serve muito bem para nos libertar das mordaças que a racionalidade nos põem.
Creio que a popularidade global do Punk fez com que acabasse se tornando algo banal, caindo muito em qualidade. Principalmente na sua geração de 81, quando levaram a extremos absolutamente inconseqüentes, gerando hordas odiáveis de neo-nazistas que agiam de maneira estúpida pelo globo. Mas, trazemos aqui, um absoluta exceção a esta suposta regra: Cock Sparrer.
Um álbum ao vivo fantástico. Não cairei no mérito da apreciação ideológica do grupo, capaz de provocar muitas aversões. Mas se nos atermos apenas à qualidade do grupo em si, constatamos que ele consegue se impor, fazendo um som empolgante, vibrante, instintivo. Como no post anterior, trata-se também de um grupo nem tão pesado, nem levinho, mas sim uma agressividade controlada, que faz com que nos descarreguemos dos estresses do dia-a-dia que insiste em nos devorar até os ossos.
Este álbum foi gravado em 1984, e traz um registro impecável. Destaque para o cover de uma música anti-racista do The Clash: White Riot. Para calar a boca de vez de certas pessoas que dizem que a banda é “Skinhead nazista”. Por outro lado, um de seus maiores trabalhos é justamente uma letra contra a imigração para a Inglaterra: England Belongs to Me. Apesar de tudo, há uma inegável qualidade sonora, que muito agradará aos fãs do gênero. Da primeira à última faixa, contagiante... Um dos melhores álbums punks ao vivo que já ouvi!
Vocês poderão encontrá-lo na Galeria do Rock (em São Paulo) por apenas R$ 14,00, se possível compre-o.



1. Riot Squad - Cock Sparrer
2. Watch Your Back - Cock Sparrer
3. I Got Your Number - Cock Sparrer
4. Take 'Em All - Cock Sparrer
5. We Love You - Cock Sparrer
6. Working - Cock Sparrer
7. Argy Bargy - Cock Sparrer
8. Where Are They Now - Cock Sparrer
9. White Riot - Cock Sparrer
10. Running Riot - Cock Sparrer
11. Sun Says - Cock Sparrer
12. Secret Army - Cock Sparrer
13. England Belongs to Me - Cock Sparrer
14. Chip on My Shoulder
Fico-lhes devendo a capa original do disco...

The Clash - S/T (US Version) (1977-79)



Estou tentando começar esta pequena resenha sobre o álbum de estréia do Clash há alguns minutos e não estou conseguindo... O que dizer do Clash? Uma banda efêmera, com apenas cinco anos de atividade (se ignorarmos a infeliz retomada do grupo em 1985), mas que conseguiu deixar uma obra que perdurará para sempre em nós, que fazemos questão de gostar de músicas não-sofisticas, simples e diretas... que nos façam descarregar a fúria que nos apregoam os dias. Surgida em meados de 1976, formada pelo “rodado” músico filho de diplomata Joe Strummer (*1952; +2002) e Mick Jones (egressos do 101ers), que acabaram se consolidando como uma das maiores duplas da história do Rock, como Jimmy Page e Robert Plant, Tommi Iommi e Ozzy Osbourne, David Bowie e Iggy Pop... Juntaram-se a eles o baterista Terry Chimes, e o calouro baixista Paul Simonon. Logo no primeiro ano lançaram, entre vários singles, White Riot, uma mensagem anti-racista e contra os brancos que “se achavam os fodões só por causa da cor da pele”, que no embalo dos Sex Pistols tornou-se grande sucesso. Os shows vibrantes que eles faziam como abertura para a banda de Johnny Rotten lhe valeram uma assinatura com uma grande gravadora: a Epic. Conseguindo grande divulgação global e uma posterior turnê muito bem-sucedida nos EUA. Essa mesma assinatura de contrato lhes valeram um rótulo posterior de “traidores do punk”, “vendidos”, etc... Enquanto os Pistols faziam um som essencialmente agressivo e niilista, o Clash já era mais sofisticado, com solinhos de guitarra sensacionais (Police & Thieves me dá vontade de chorar de tão fantástico!), letras como sempre politizadas (mesmo quando a banda abandonou o Punk em detrimento de uma música mais “world”, New Wave em Sandinista, eles continuaram a usar letras de protestos cada vez mais vêementes). Com a substituição de Terry Chimes por Topper Headon na bateria, a banda ganhou um músico habilidoso, mas um sujeito problemático. Enquanto a banda pregava o não-uso de drogas, Topper Headon se entupia de heroína (dizem que foi ele a causa do desmembramento da banda em 1982). Em 1977 eles lançaram o seu disco de estréia, auto-intitulado. Embora a mixagem seja ruim, a produção precária que provocou a demissão do resposável por esta fase da gravação, conseguiram emplacar um ótimo disco. Como norte-americano é fresco, em 1979 fizeram vários remendos no disco, que ora tornamos disponível aos senhores. Foram extraídas as faixas Protex Blue, 48 Hours, Cheat e Deny e acrescentadas os “hinos” Jail Guitar Doors, I Fought The Law (pouca gente sabe, mas na verdade é um cover do efêmero Bobfuller Four, da década de 1960 assim como Police & Thieves, que é do bootboy (regaeiro negro politizado britânico) Junior Murvin), a fantástica Complete Control, o descarado plágio de Can’t Explain do The Who, que é Clash City Rockers, o ska White Man... e por aí vai...
Enfim, nenhuma outra banda conseguiu emplacar tantas músicas fantásticas e eternas num mesmo álbum como o Clash. Sem falar em Janie Jones, Garageland, Remote Control, London’s Burning, Hate & War... enfim, todas... Na melhor estréia da história do Punk... no melhor álbum deste estilo que já pode ter existido...


1. Clash City Rockers
2. I'm So Bored With The USA
3. Remote Control
4. Complete Control
5. White Riot
6. White Man In Hammersmith Palais
7. London's Burning
8. I Fought The Law
9. Janie Jones
10. Career Opportunities
11. What's My Name
12. Hate And War
13. Police And Thieves
14. Jail Guitar Doors
15. Garageland
Faixa Extra: 16. Protex Blue

Download:
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