segunda-feira, 15 de setembro de 2008

The Clash - S/T (US Version) (1977-79)



Estou tentando começar esta pequena resenha sobre o álbum de estréia do Clash há alguns minutos e não estou conseguindo... O que dizer do Clash? Uma banda efêmera, com apenas cinco anos de atividade (se ignorarmos a infeliz retomada do grupo em 1985), mas que conseguiu deixar uma obra que perdurará para sempre em nós, que fazemos questão de gostar de músicas não-sofisticas, simples e diretas... que nos façam descarregar a fúria que nos apregoam os dias. Surgida em meados de 1976, formada pelo “rodado” músico filho de diplomata Joe Strummer (*1952; +2002) e Mick Jones (egressos do 101ers), que acabaram se consolidando como uma das maiores duplas da história do Rock, como Jimmy Page e Robert Plant, Tommi Iommi e Ozzy Osbourne, David Bowie e Iggy Pop... Juntaram-se a eles o baterista Terry Chimes, e o calouro baixista Paul Simonon. Logo no primeiro ano lançaram, entre vários singles, White Riot, uma mensagem anti-racista e contra os brancos que “se achavam os fodões só por causa da cor da pele”, que no embalo dos Sex Pistols tornou-se grande sucesso. Os shows vibrantes que eles faziam como abertura para a banda de Johnny Rotten lhe valeram uma assinatura com uma grande gravadora: a Epic. Conseguindo grande divulgação global e uma posterior turnê muito bem-sucedida nos EUA. Essa mesma assinatura de contrato lhes valeram um rótulo posterior de “traidores do punk”, “vendidos”, etc... Enquanto os Pistols faziam um som essencialmente agressivo e niilista, o Clash já era mais sofisticado, com solinhos de guitarra sensacionais (Police & Thieves me dá vontade de chorar de tão fantástico!), letras como sempre politizadas (mesmo quando a banda abandonou o Punk em detrimento de uma música mais “world”, New Wave em Sandinista, eles continuaram a usar letras de protestos cada vez mais vêementes). Com a substituição de Terry Chimes por Topper Headon na bateria, a banda ganhou um músico habilidoso, mas um sujeito problemático. Enquanto a banda pregava o não-uso de drogas, Topper Headon se entupia de heroína (dizem que foi ele a causa do desmembramento da banda em 1982). Em 1977 eles lançaram o seu disco de estréia, auto-intitulado. Embora a mixagem seja ruim, a produção precária que provocou a demissão do resposável por esta fase da gravação, conseguiram emplacar um ótimo disco. Como norte-americano é fresco, em 1979 fizeram vários remendos no disco, que ora tornamos disponível aos senhores. Foram extraídas as faixas Protex Blue, 48 Hours, Cheat e Deny e acrescentadas os “hinos” Jail Guitar Doors, I Fought The Law (pouca gente sabe, mas na verdade é um cover do efêmero Bobfuller Four, da década de 1960 assim como Police & Thieves, que é do bootboy (regaeiro negro politizado britânico) Junior Murvin), a fantástica Complete Control, o descarado plágio de Can’t Explain do The Who, que é Clash City Rockers, o ska White Man... e por aí vai...
Enfim, nenhuma outra banda conseguiu emplacar tantas músicas fantásticas e eternas num mesmo álbum como o Clash. Sem falar em Janie Jones, Garageland, Remote Control, London’s Burning, Hate & War... enfim, todas... Na melhor estréia da história do Punk... no melhor álbum deste estilo que já pode ter existido...


1. Clash City Rockers
2. I'm So Bored With The USA
3. Remote Control
4. Complete Control
5. White Riot
6. White Man In Hammersmith Palais
7. London's Burning
8. I Fought The Law
9. Janie Jones
10. Career Opportunities
11. What's My Name
12. Hate And War
13. Police And Thieves
14. Jail Guitar Doors
15. Garageland
Faixa Extra: 16. Protex Blue

Download:
http://www.mediafire.com/?ttxtxxjuzgd

3 comentários:

Anônimo disse...

Essa banda é o amor da minha vida porque é nela e em suas mucicas que inspiram cada sopro do meu ser é através dela que meu sangue percorre as veias....


beijos Fabricia

Anônimo disse...

eita que exagero....

Knowledge is not a commodity disse...

Acho que depende do gosto de cada um... The Clash parecerá medíocre àqueles que gostam de bandas mais técnicas e melancólicas, como Portishead e Sigur Rós, mas seu som primitivo agradará àqueles que preferem a criatividade e o instinto à técnica...